Fechar

Escolha o seu idioma ou região

Close

This website content is also available in COUNTRY TO CHANGE.

Cortiça é arte na Bienal de Veneza

Cortiça é arte na Bienal de Veneza

A cortiça voltou a inspirar e a ser a escolha de artistas presentes na mostra. Blog

Sob o tema “Tempos Interessantes”, a edição de 2019 da Bienal de Arte de Veneza apresenta projetos de 91 países. Entre eles, as peças da artista plástica Leonor Antunes e do designer Nacho Carbonell apresentam um novo olhar sobre a cortiça.

Um piso de cortiça com desenhos do arquiteto italiano Carlo Scarpa e marcado por quadrados de metal dá as boas-vindas aos visitantes do Palácio Giustinian Lolin, que acolhe este ano a representação oficial portuguesa na 58.ª edição da Bienal de Veneza, a decorrer até 24 de novembro de 2019.

O trabalho é da artista plástica portuguesa Leonor Antunes e integra a instalação “a seam, a surface, a hinge, or a knot” (em português, “uma costura, uma superfície, uma dobradiça ou um nó”) que ocupa dois dos pisos daquele palácio histórico do século XVII e apresenta mais de 30 esculturas que se mesclam com o espaço.

Já o trabalho de Nacho Carbonell surge inserido na mostra Dysfunctional e expõe a luminária “Inside a Forest Cloud”, num diálogo criativo e eloquente com o imponente Ca’ d’Oro, um dos mais destacados e concorridos palácios do Grand Canal. O artista espanhol utilizou granulado projetado de cortiça para criar texturas no topo dos vários candeeiros que compõe esta floresta de luz. Usando três tonalidades diferentes desta matéria-prima, criou um degradé que se harmoniza com o aço que forma os ramos e a estrutura da peça.

“Para chegar a este resultado, desenvolvemos amplas experiências com a cortiça, que acreditamos agora conhecer melhor, assim como as suas potencialidades, o que nos ajudará a desenvolver e projetar mais peças no futuro.”

Nacho Carbonell

  • Cortiça nas artes

    Esta não é a primeira vez que a cortiça se aproxima das artes e surge na Bienal de Veneza, que tem este ano curadoria de Ralph Rugoff, diretor da Hayward Gallery de Londres.

     

    Em 2017, o designer Tiago Sá apresentou os candeeiros em cortiça Curcubita na mostra Venice Design. No mesmo ano, Leonor Antunes incorporou um pavimento com visual de cortiça da Wicanders, marca da Corticeira Amorim, na instalação que concebeu para a 57.ª edição da bienal. Anteriormente, em 2013, Joana de Vasconcelos tinha também escolhido a cortiça para a transformação do cacilheiro “Trafaria Praia”, projeto que assinalou a participação de Portugal no evento.

    Untitled design (18).png
“A cortiça enquanto matéria-prima tem sido trabalhada por artistas de forma muito interessante, sob várias vertentes. Cativados pelas suas características enquanto matéria natural, renovável e sustentável, designers e arquitetos expressam a partir dela a sua criatividade, desde conceitos visuais que remetem à natureza — como é o caso de “Inside a Forest Cloud” de Nacho Carbonell, ou que sustentam o resultado de reflexões artísticas — como é o caso de “a seam, a surface, a hinge, or a knot” de Leonor Antunes. É uma honra poder colaborar em iniciativas desta relevância e notoriedade.”

Cristina Amorim, Administradora da Corticeira Amorim

Leonor Antunes

Nascida em Lisboa em 1972, reside em Berlim desde 2004. O trabalho de design de Leonor Antunes é conhecido pela sua afinidade com o modernismo e pelos seus padrões geométricos específicos, bem como por formas e estruturas que foram particularmente valorizadas pelos arquitetos e designers do início do século XX. O seu trabalho é matemático, com medidas, escalas e a beleza das proporções que constituem o seu trabalho, através do qual estabelece um diálogo com os espaços que ocupa, quer pela forma como as suas peças ecoam a arquitetura circundante, quer pela forma como utiliza as simetrias como uma ferramenta para desenvolver cada nova instalação.

Nacho Carbonell

Nasceu em Espanha em 1980. Nacho Carbonell formou-se em 2003 na Cardenal Herrera C.E.U. Universidade na Espanha antes de ir estudar na Design Academy Eindhoven. Depois de se formar, Carbonell começou imediatamente a criar o seu próprio nome no mundo do design, com sua coleção Evolution de 2009, recebendo uma indicação para o Design Beazley do Ano do Design Museum de Londres. Em 2010, um ano depois de ser nomeado como Designer do Futuro na Design Miami / Basel, apresentou This Identity, que redefiniu seu estilo de formas orgânicas e texturas ásperas e coloridas.

As suas peças são exibidas em museus de todo o mundo, como o Museu Groningen, na Holanda, o Museu 2121, no Japão, o Fnac Fonds national d'art contemporai, na França, o MoMA San Francisco, o Art Institute of Chicago e o Mint. Museu nos Estados Unidos. Encontram-se também integradas em várias coleções particulares.

Partilhar

Tem interesse em saber mais sobre este tema?

Submeta os seus dados e nós entraremos em contacto consigo.