Cortiça em missão a Marte
Cortiça em missão a Marte
Projeto cTPS – Crushable TPS – Inovadora cápsula de reentrada atmosférica integra programa de exploração da Marte da Agência Espacial europeia. BlogAo unir cortiça, inovação e engenharia, o consórcio composto pela Amorim Cork Composites, Critical Materials, PIEP e ISQ desenvolveu para a Agência Espacial Europeia (ESA) uma cápsula de reentrada atmosférica (ERC) para recolha de amostras do solo em Marte. Chamaram ao projeto cTPS.
O desafio juntou a conceção e a produção de uma cápsula de reentrada atmosférica com as caraterísticas termomecânicas otimizadas a uma reentrada atmosférica passiva que dispensa o auxílio paraquedas ou outros sistemas auxiliares de atenuação de forças de impacto na fase de contacto com a superfície terreste, capaz de assegurar a integridade estrutural de reservatório, que conterá as amostras de solo do planeta Marte.
Trata-se de uma solução inovadora que, pela integração inédita de diferentes materiais na cápsula e com uma configuração geométrica original, é capaz de responder integralmente às especificações definidas pela ESA para o programa de exploração ao Planeta Marte.
Prevê-se que as amostras transportadas pela cápsula de reentrada atmosférica atinjam a superfície terrestre em 2016.
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Benefícios
Na base deste sucesso, assente nas competências multidisciplinares dos diferentes parceiros envolvidos, foi determinante a nova tipologia dos materiais desenvolvida especificamente para este projeto, que viabilizou a obtenção de um sistema multifuncional capaz de suportar as elevadíssimas cargas térmicas e dinâmicas associadas a uma reentrada atmosférica e, simultaneamente, cumprir com todos os requisitos definidos, nomeadamente, em termos do limite de desaceleração do reservatório na fase de impacto.
Os benefícios da nova solução estendem-se à redução da massa da cápsula em cerca de 25% do valor inicialmente definido como valor máximo, à eliminação de sistemas auxiliares de atenuação de cargas de impacto e à redução de custos de produção.
“O balanço final é extremamente positivo uma vez que, além de fornecer à ESA uma solução de cápsula de reentrada atmosférica, satisfaz todos os requisitos inicialmente definidos para o projeto. Historicamente, esta é uma área em que Portugal tem uma intervenção reduzida e é nossa convicção que este trabalho impactará na perceção das competências da engenharia nacional para a indústria aeroespacial.”
Futuro
Terminada esta fase, para um futuro próximo, o consórcio visa continuar a desenvolver soluções para o novo projeto da Agência Espacial Europeia. A ambição é aumentar o índice de prontidão tecnológica (TRL) da cápsula de reentrada atmosférica dos atuais TRL 4/5 para TRL 6/7.